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V SEMINÁRIO BRASILEIRO DE ESCRITA DRAMÁTICA: REFLEXÃO E PRÁTICA

Após criar o eixo de Escrita Dramática na reforma curricular do curso de graduação em Artes Cênicas da UFSC – uma iniciativa inovadora na academia brasileira, ao considerar a Escrita Dramática um processo criativo teatral semelhante à Atuação e à Encenação Teatral, e com lugar na graduação universitária –, e de firmar-se no programa de pós-graduação em Literatura (PPGLit) da UFSC como o locus de pesquisa do gênero literário dramático, o NEEDRAM (Núcleo de Estudos em Encenação Teatral e Escrita Dramática) passou a propor a realização de uma atividade acadêmica que vá além da sala de aula e que contemple a pesquisa e a extensão universitárias, congregando autores dramáticos, teóricos deste campo do saber, bem como novas vozes no cenário da Escrita Dramática brasileira e mundial. Inserida num contexto histórico em que a figura do autor dramático ainda se recupera de uma exclusão radical e equivocada que condenava o textocentrismo como a causa de todos os males da arte teatral, a literatura dramática brasileira dá sinais de recuperação com o surgimento de oficinas e escolas para novos autores, bem como da retomada vigorosa da encenação de textos dramáticos de autores nacionais e internacionais em várias cidades do país, como atestam reportagens de diferentes mídias. Abrindo mão do termo ‘dramaturgia’, que passou a se referir à organização estrutural de várias áreas do saber/fazer teatral (dramaturgia da luz, dramaturgia do ator, etc...), preferimos nominar este processo com dois termos que ressaltam a prática da criação literária e a forma específica desta prática dramática, com suas particularidades estruturais como o predomínio da forma discursiva do diálogo e a presença inconteste do conflito. Mesmo cabendo aqui diferentes concepções do que venha a ser o impulso inicial para a criação de um espetáculo, a recuperação da relevância de um texto dramático na montagem de peças no processo teatral só vem a reforçar esta visão do renascimento do drama na cena nacional. Sem desconsiderar as escrituras cênicas surgidas a partir de processos coletivos ou colaborativos, ou de experiências dramáticas a partir de processos de ensaio, o Seminário Brasileiro de Escrita Dramática: Reflexão e Prática privilegia a figura daquele escritor que de forma pejorativa já foi tachado de ‘dramaturgo de gabinete’, por ser o único criador teatral que experiencia a solidão no processo de criação, tal qual um escultor, um pintor de quadros ou um compositor musical. Não perceber que o autor dramático faz parte de uma sequência colaborativa inata à experiência teatral é tão rançoso quanto taxar o texto teatral de autoritário, castrador ou, na repetição fastiosa de uma querela que já dura no mínimo duzentos anos, para os olhares dos que se julgam ‘contemporâneos’, ‘antigo’. Assim como os nomes canônicos de Tchekhov, Schnitzler, Pirandello, Brecht, Wilder, Jorge Andrade e Ibsen ao lado dos nomes mais recentes de Jelinek, Schimmelpfennig, Ravenhill, Demirski, Kushner e Reza são celebrados em seminários e festivais pelo mundo todo, o NEEDRAM/UFSC também comemora a literatura dramática, um gênero literário que vê a cena teatral como imprescindível, a sequência óbvia e natural do texto, seja ela engajada, existencialista, absurda, aristotélica, fragmentada, épica, dramática, aberta ou fechada. Da mesma forma a relação da encenação com o texto pode se dar desde uma fidelidade extrema até uma sutil inspiração, o que importa é o estabelecimento de uma conexão com o texto dramático. Esta iniciativa reconhece, sobretudo, que um autor dramático contribui não apenas de forma decisiva para uma Encenação Teatral, mas também que lega a sua obra para a humanidade.

 

COMISSÃO ORGANIZADORA

 

Prof. Paulo Ricardo Berton, Ph.D. (NEEDRAM/UFSC)

Kauana Machado, graduanda, bolsista PIBIC (NEEDRAM/UFSC)

Naiara Beneti , graduanda (NEEDRAM/UFSC)

Vinícius Romano, graduando, bolsista-cultura (NEEDRAM/UFSC)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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